Dengue
A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas se infectem anualmente.
No Brasil, a dengue ressurgiu como problema de saúde pública em meados dos anos 80. Desde então, grandes epidemias têm se verificado anualmente no Sudeste e Nordeste. Em algumas regiões do Norte e Nordeste, a dengue tem um padrão endêmico (ou seja, está quase sempre presente nestas regiões durante todo o ano), com aumento da transmissão do vírus variando de acordo com as estações do ano.
O que é a dengue?
A dengue é uma doença infecciosa causada por vírus RNA da família Flaviviridae, popularmente conhecido como vírus da dengue. Existem quatro tipos de vírus da dengue, numerados de 1 a 4. No Brasil, os tipos 1 e 2 são os mais encontrados.
A dengue tem distribuição mundial, mas é mais freqüente nas regiões tropicais. As epidemias variam de acordo com as estações do ano, ocorrendo principalmente no verão, onde o calor e a chuva formam um ambiente muito propício para o desenvolvimento do mosquito transmissor.
Como se dá a transmissão do vírus da dengue?
A transmissão da doença se faz através de um mosquito. Esse mosquito, chamado de Aedes aegypti, pica uma pessoa com dengue, contraindo o vírus. Já contaminado com o vírus da dengue, o mosquito irá picar uma pessoa sadia, inoculando o vírus da dengue na circulação sanguínea desta pessoa. Mais tarde, com a multiplicação do vírus na corrente sanguínea, esta pessoa irá desenvolver os primeiros sintomas da dengue. Geralmente, os sintomas se manifestam após o 3º dia da picada do mosquito.
Sintomas da dengue:
Os sintomas da dengue variam de acordo com os tipos da doença. A forma mais leve é denominada de dengue clássica. A forma mais grave é denominada de dengue hemorrágica.
Sintomas da dengue clássica:
– Febre alta com início súbito.
– Forte dor de cabeça.
– Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos.
– Perda do paladar e apetite.
– Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores.
– Náuseas e vômitos• Tonturas.
– Extremo cansaço.
– Moleza e dor no corpo.
– Muitas dores nos ossos e articulações.
Sintomas da dengue hemorrágica:
Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue clássica.
A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais e sintomas de alerta que são descritos a seguir:
– Dores abdominais fortes e contínuas.
– Vômitos persistentes.
– Pele pálida, fria e úmida.
– Sangramento pelo nariz, boca e gengivas.
– Manchas vermelhas na pele.
– Sonolência, agitação e confusão mental.
– Sede excessiva e boca seca.
– Pulso rápido e fraco.
– Dificuldade respiratória.
– Perda de consciência.
Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque (pressão baixa, pulso fraco), podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem. O objetivo do Ministério é que esse número seja reduzido a menos de 1%. Por isso, ao primeiro sinal de qualquer um desses sintomas, procure imediatamente um hospital ou posto de saúde mais próximo.
Como se faz o diagnóstico da dengue?
Na prática, o diagnóstico definitivo da dengue é feito através de exames que detectam a produção de anticorpos do organismo contra a dengue. Os anticorpos são moléculas que nosso corpo produz para combater infecções. Diante disto, os cientistas desenvolveram um método rápido e prático para detectar anticorpos contra a dengue, denominado de teste imunoenzimático. Isto garante facilidade e rapidez no diagnóstico em questão.
Exames inespecíficos como a prova do laço e um hemograma completo podem ajudar no diagnóstico da dengue, principalmente em regiões onde o diagnóstico definitivo utilizando-se anticorpos (teste imunoenzimático) não está disponível.
Tratamento da dengue:
Ao ser observado o primeiro sintoma da dengue, deve-se buscar orientação médica no serviço de saúde mais próximo. Só depois de consultar um médico, alguns cuidados devem ser tomados, como:
• Manter-se em repouso.
• Beber muito líquido (inclusive soro caseiro).
• Só usar medicamentos prescritos pelo médico, para aliviar as dores e a febre.
A reidratação oral é uma medida importante e deve ser realizada durante todo o período de duração da doença e, principalmente, da febre. O tratamento da dengue é de suporte, ou seja, alívio dos sintomas, reposição de líquidos perdidos e manutenção da atividade sangüínea.
Em casos de dengue hemorrágica, o paciente deve ficar internado em um hospital para melhor tratamento. Em certos casos, é necessária até mesmo uma internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para melhor monitorização e acompanhamento médico.
Prevenção da dengue:
A prevenção da dengue atualmente envolve atividades baseadas em programas de saúde pública, com participação das comunidades envolvidas, objetivando a remoção e destruição dos locais de procriação do mosquito Aedes aegypti.
Ainda não há vacina disponível para combater a dengue.
Considerações finais:
No período de janeiro a março de 2008, o Ministério da Saúde registrou 120.413 casos de dengue clássica, 647 casos de dengue hemorrágica e a ocorrência de 48 óbitos. Diante disto, o governo federal lançou uma grande campanha de conscientização e combate à dengue, sendo veiculada por rádio, jornais, TV e revistas de todo o território nacional.
Contudo, a diversidade dos tipos de criadouros do mosquito, e o seu número, tornam o combate a dengue um grande desafio de saúde pública. Portanto, o controle desta doença depende do esforço de todos, incluindo comunidades em geral, municípios, governos estaduais e governo federal.
Atenção!
Em caso de suspeita de dengue, procure um serviço de saúde mais próximo o mais rápido possível.
Todo tratamento só deve ser feito sob orientação médica.
Referências:
1 – Ministério da Saúde: Campanha de combate à dengue.
2 – Atualização Terapêutica 2007 – 23ª edição.
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